ICMS – Fim da partilha do DIFAL pode prejudicar fluxo de caixa
31 de dezembro de 2018 será o último dia para partilhar o valor do Diferencial de Alíquotas instituído pela Emenda Constitucional 87/2015
Por Josefina do Nascimento
31 de dezembro de 2018 será o último dia para partilhar o valor do Diferencial de Alíquotas instituído pela Emenda Constitucional 87/2015
O Difal da EC 87/2015 está em vigor desde 1º de janeiro de 2016 e é devido nas operações interestaduais destinadas a pessoa não contribuinte do ICMS e o valor do imposto cabe a unidade federada de destino da mercadoria ou serviço.
Da partilha do imposto
Uma das particularidades deste Difal é a partilha.
Para os Estados e o Distrito Federal se adaptarem à regra, foi criado um período de transição, com início em 2016 e término em 2018. Neste período, o valor do Difal será partilhado entre a unidade federada de origem e destino (EC 87/2015 e Convênio ICMS 93/2015), conforme demonstra tabela:
Assim, 2018 será o último ano para partilhar o valor do Diferencial de Alíquotas criado pela EC 87/2015.
Com isto, a partir de 2019 100% do valor apurado a título de Difal da EC 87/2015 será recolhido aos cofres do Estado de destino da mercadoria / serviços.
Veja como fica a partir de 2019
1 – O Estado de origem terá direito apenas ao imposto correspondente à alíquota interestadual (4%, 7% ou 12%);
2 – O Estado de destino terá direito ao imposto correspondente à diferença entre a sua alíquota interna e a alíquota interestadual, no exemplo abaixo R$ 66,00.
DIFAL de R$ 66,00 – destinação do valor
2018: Estado de origem: R$ 13,20 – Destino: R$ 52,80
2019: Estado de origem: R$ 0,00 – Destino: R$ 66,00
Quem ganha e quem perde com o fim da partilha?
1 – Quem ganha: os contribuintes e os responsáveis pela apuração do imposto. Não haverá mais a preocupação de partilhar o valor do Difal com Estado de origem e Estado de destino da mercadoria.
2 – Quem perde?
O Estado de origem da mercadoria, visto que a partir de 2019 100% do Difal da EC 87/2015 ficará com o Estado de destino da mercadoria.
3 – Fim da partilha prejudica fluxo de caixa
Chegou a hora de se despedir da partilha do DIFAL instituída pela EC nº 87/2015
Mas tudo tem seu preço, o fim da partilha vai impactar no fluxo de caixa dos contribuintes remetentes de mercadorias que não tiver inscrição no Estado de destino da mercadoria. É isto mesmo, somente a Inscrição na condição de substituto tributário vai livrar o remetente da mercadoria de recolher uma guia de ICMS a cada operação. Isto já acontece hoje, ocorre que com o fim da partilha, 100% do ICMS devido a título de Difal deverá ser recolhido antes da saída da mercadoria do estabelecimento, exceto se o contribuinte remetente tiver Inscrição de Substituto na UF de destino.
A vantagem em manter Inscrição Estadual de Substituto no Estado destinatário da mercadoria é poder recolher o ICMS Difal mensalmente (além do ICMS-ST, FECP).
Evite o elemento surpresa, procure seu contador.
Contribuinte optante pelo Simples Nacional x Difal da EC 87/2015
Em razão da suspensão pelo Supremo Tribunal Federal – STF da Cláusula 9ª do Convênio ICMS 93/2015, o Difal instituído pela EC 87/2015 não aplica aos contribuintes do ICMS optantes pelo Simples Nacional.
No Estado de São Paulo esta regra consta no Comunicado CAT 08/16.
Vale lembrar que o Difal da EC 87/2015 somente se aplica às operações interestaduais destinadas as pessoas não contribuintes do ICMS. Para isto, o remetente deve ser contribuinte do imposto.
Para emissão do documento fiscal e cálculo correto do Difal da EC 87/2015 atualize os parâmetros fiscais da operação.
Evite equívocos, fique atento às alterações!
Leia mais:
ICMS – DIFAL da EC 87/2015: Quem ganha e quem perde com o fim da partilha?
ICMS – 2018 último ano da partilha do Difal da EC 87/2015
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Olá Jô,
muito bom o texto parabéns!
Vale salientar os pontos negativos de abrir uma IE Substituto em cada UF.
* Para a abertura da IEST deve ser contratado um contador para fazer essa atividade, isso já gera um custo de imediato ao caixa da empresa;
* Esse custo deve ser multiplicado pelo número de UFs necessário para a abertura;
* Agora com uma nova IEST o contribuinte fica obrigado a entrega da obrigação acessória para cada IEST a GIA;
* Isso abre um precedente para fiscalização de seu estabelecimento pela UF que você abriu a IEST dos últimos 5 anos;
* Aumento do custo operacional para fazer a apuração e manter ativa a IEST.
Acho esses pontos extremamente importantes e que valem a pena ser colocados na ponta do lápis na decisão de abrir ou não a IEST para agilizar o recolhimento de ICMS para a UF de Destino.
Em paralelo gostaria de destacar que já existem softwares que fazem essa automação através do XML da NFe ou do CTe, como é o caso da Dootax (https://dootax.com.br/pagamento-de-tributos).
Com esse software você fica apto para emitir e pagar todas as guias, em até 15 minutos, sem o ônus da fiscalização da UF de Destino como no caso da IEST.
Att,
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Thiago Souza
Olá. Gentileza me confirmar se no SPED ICMS/IPI DF, a partir de 2019, deverá ser informado somente nos Registro E300, E3111 e E316.